CEFALÉIA PÓS-AVC EM PACIENTES ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO NA CIDADE DE SALVADOR/BA
Resumo
O objetivo do estudo foi identificar a frequência de cefaleia pós-AVC a sua associação com possíveis características clínicas relacionadas ao evento vascular em indivíduos acompanhados em ambulatório especializado na cidade de Salvador /BA. Trata-se de um estudo transversal descritivo com dados de prontuários de 109 pacientes com diagnóstico de AVC, com idade entre 15 e 91 anos, atendidos no período de janeiro a junho de 2017. Os pacientes com cefaleia pós-AVC foram caracterizados de acordo com o sexo, idade, classificação do tipo e subtipos, etiologia, território vascular e hipertensão arterial sistêmica. Utilizou-se os testes Qui-quadrado e Fisher para as associações, adotando intervalo de confiança de 95%, através do programa SPSS versão 23.0. Foram excluídos das análises os pacientes com informações insuficientes em prontuários e um caso de AIT. Dos 109 pacientes analisados, aproximadamente 40% desenvolveram cefaleia, sendo 60% do sexo feminino, com idade média de 58 anos. Trinta e dois indivíduos (74,42%) apresentaram o tipo isquêmico, havendo significância estatística para o subtipo lacunar (p=0,044; RP=2,2). Quanto ao território vascular, observou-se maior acometimento da artéria cerebral média direita (30%). Analisando-se a associação entre HAS e cefaleia, constatou-se relação de proteção. O desenvolvimento de cefaleia pós-AVC parece ter relação com o subtipo de AVC e ser influenciada por fatores como a hipertensão. No entanto, são necessários estudos que investiguem melhor essa relação e que caracterizem o tipo de cefaleia nesse público, a fim de estabelecer o prognóstico e melhor condução clínica desses pacientes.
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Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. ISSN: 1414-0365