USO DE CANABINOIDES NO CONTROLE DE CRISES CONVULSIVAS EM ASTROCITOMA PÓS NEUROCIRURGIA
Résumé
INTRODUÇÃO: Os astrocitomas são tumores de baixo grau que apresentam característica de refratariedade ao tratamento medicamentoso de controle das crises convulsivas. APRESENTAÇÃO DO CASO: G.M.S, homem, 29 anos, iniciou quadro depressivo e de episódios frequentes de tontura não rotatória associada a cefaleia holocraniana de moderada intensidade, com piora significativa mediante abalos emocionais. Evoluiu com uma hemiparesia facial esquerda. Apresentou desmaio súbito, rebaixamento do nível de consciência e pupilas midriáticas, necessitando ser intubado. A TC de Crânio evidenciou formação de aspecto cístico e loculado frontotemporal à direita. A avaliação pela neurocirurgia determinou a drenagem e exérese de lesão, sendo confirmado diagnóstico patológico de Astrocitoma Difuso Grau II. Durante a internação, paciente evoluiu com AVE isquêmico e déficit visual de topografia cortical associada. Após alta hospitalar, apresentou episódios de crises convulsivas tônico-clônico generalizadas e importante comprometimento cognitivo. Fez uso dos anticonvulsivantes, desde intra-hospitalar, sem atenuação plena das crises. Devido ausência de controle pleno, fez-se um teste terapêutico com o óleo de CBD/THC 1:1, acarretando melhora do controle das crises convulsivas. DISCUSSÃO: Em consonância com achados de ensaios clínicos randomizados na literatura, observou-se que o paciente do presente estudo apresentou redução na frequência de crises convulsivas com uso do óleo. Ensaios clínicos recentes de fase II indicaram resultados positivos em relação à sobrevivência de pacientes com GBM, após o tratamento com canabinoides. CONCLUSÃO: Os Canabinoides têm implicado em significativa melhora das crises convulsivas, além de possíveis efeitos positivos na interação cognitiva e social de paciente com astrocitoma em estado de recuperação pós neurocirurgia.
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Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. ISSN: 1414-0365